
Fobia Específica
A Fobia Específica diz respeito a uma situação ou objeto particular, o estímulo fóbico. O medo e a ansiedade são evocados quase todas as vezes em que o indivíduo entra em contato com aquele estímulo fóbico, por exemplo, cobra, barata, aranha etc. O grau de medo e de ansiedade variam com a proximidade com o objeto, podendo evoluir para um ataque de pânico. O medo é desproporcional ao estímulo real.
A pessoa passa a evitar a situação ativamente, ou esquiva ativamente, se comportando de forma a evitar o contato com o estímulo fóbico (voos, túneis, ponte etc.), por exemplo, pessoas com medo de elevador evitam morar em prédios ou se mudam para casas, pessoas com medo de voar que evitam viagens de avião e viajam apenas de carro ou ônibus ou até perdem oportunidades de trabalho por medo, pessoas com medo de animais que se mudam para regiões onde o contato é inexistente. Cessado o estímulo fóbico, em geral as pessoas vivem sem sintomas.
Essas pessoas apresentam um hiperexcitabilidade autonômica, com aceleração da frequência cardíaca e aumento da pressão arterial, seguida por bradicardia e queda de pressão, levando a um desmaio ou quase desmaio, por exemplo, em medo de agulha, sangue.
A prevalência de fobia específica varia de 7-9% nos EUA, 6% na Europa e 2-4% em países da Ásia, África e América do Sul, é mais comum no sexo feminino, 2:1, mas isso não é uma regra para todas as fobias específicas.
Na maioria dos casos ela tem início antes dos 10 anos de idade, por eventos traumáticos como ficar preso no elevador, ver alguém se afogar, ter um ataque de pânico no metrô, ver notícias chocantes na TV. Pode haver remissão na adolescência, mas nos indivíduos em que ela persiste na fase adulta, não haverá remissão em sua maioria. Entre os fatores de risco estão neuroticismo, inibição comportamental, superproteção dos pais, perda e separação dos pais, abuso sexual ou físico, encontros inesperados e traumáticos com o objeto da fobia, pode haver contribuição genética.
Dentre estes indivíduos, pode haver 60% mais de risco de fazer uma tentativa de suicídio, não pela fobia específica, mas pelas comorbidades com outros transtornos psiquiátricos (como transtornos de personalidade e outros transtornos de ansiedade). Além disso, eles apresentam padrões semelhantes de prejuízo do funcionamento social, uso de substâncias, uso de álcool, prejuízos no trabalho e nas relações interpessoais.
Fontes:
1) Sadock BJ, Sadock VA, Ruiz P. Compêndio de Psiquiatria - 11ed: Ciência do Comportamento e Psiquiatria Clínica. Artmed Editora; 2016.
2) American Psychiatric Association. Diagnostic and statistical manual of mental disorders (DSM-5 (R)). 5th ed. Arlington, TX: American Psychiatric Association Publishing; 2013.