Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)

A ansiedade é uma resposta normal a uma ameaça (real ou imaginada), que prepara o organismo para fuga ou luta.

Já o transtorno de ansiedade generalizada é definido como ansiedade e preocupação excessivas com vários eventos ou atividades na maior parte dos dias durante um período de pelo menos seis meses. Entretanto, é uma preocupação difícil de controlar. E pode vir associada a sintomas somáticos, como tensão muscular, insônia inicial ou terminal, inquietação e irritabilidade. Provavelmente, resulta da interação de fatores biológicos e psicossociais, mas sua causa não é conhecida.

É bastante comum, com prevalência anual de 3-8% e ao longo da vida de 5-8%, afeta mais as mulheres do que os homens (2:1), começa na adolescência ou final da vida adulta, mas pode se iniciar na infância e em pessoas mais velhas. Em torno de 25% dos parentes de primeiro grau de pacientes com TAG também apresentam o transtorno.

Apenas 1 em 4 pessoas com transtorno de ansiedade recebe tratamento, porque a maioria das pessoas não tem informação sobre esta condição e não sabe que é tratável, há falta de profissionais e, em algumas áreas, há pouco acesso aos serviços de saúde mental. Homens com TAG têm maior probabilidade de desenvolver transtorno por uso de álcool.

Pode ocorrer juntamente com outros transtornos mentais, como transtorno de ansiedade social (fobia social), fobia específica, transtorno de pânico ou transtorno depressivo. Até 50%-90% dos indivíduos com TAG podem ter outro transtorno mental, até 25% podem ter transtorno de pânico. Ainda pode haver comorbidades com transtorno por uso de substâncias e com o Transtorno Depressivo Persistente (distimia).

O diagnóstico é clínico e se baseia na presença de ansiedade e preocupações excessivas, frequentes, persistentes e desproporcionais ao acontecimento, na maioria dos dias, por pelo menos 6 meses, além de tremores, tensão muscular, inquietação motora, cefaleia. Há dificuldade para controlar a preocupação, bem como a ansiedade deve estar acompanhada por pelo menos 3 dos seguintes sintomas: inquietação ou sensação de nervos à flor da pele, dificuldade de concentração ou “branco na mente”, irritabilidade, tensão muscular, fatigabilidade, perturbação do sono (dificuldade para iniciar, manter o sono, sono intranquilo e insatisfatório). É crônico e dura a vida toda.

O tratamento é baseado na combinação de terapia (cognitivo-comportamental, de apoio e a orientada ao insight) e medicação.

O tratamento medicamentoso, via de regra, é dito durar 6-12 meses, mas alguns autores consideram que deve ser para toda a vida, pois muitos pacientes (cerca de 25%) apresentam recidiva dos sintomas após o primeiro mês de suspensão do medicamento e até 60-80% têm recaídas ao longo do ano seguinte.

Tratamento de apoio inclui atividades físicas, de relaxamento e outras.

Fontes:

1) Sadock BJ, Sadock VA, Ruiz P. Compêndio de Psiquiatria - 11ed: Ciência do Comportamento e Psiquiatria Clínica. Artmed Editora; 2016.

2) American Psychiatric Association. Diagnostic and statistical manual of mental disorders (DSM-5 (R)). 5th ed. Arlington, TX: American Psychiatric Association Publishing; 2013.